Nunca o homem foi tão inquieto quanto nos dias de hoje.
E essa constatação revela a perda de sua identidade.
Se prestarmos bastante atenção na natureza, veremos que todas as coisas buscam aquilo que lhes traz mais estabilidade e equilíbrio. Em outras palavras, aquilo que as identifica. Assim, a chuva vem do alto, toca a terra e procura o seu caminho, até unir-se aos lagos, rios e mares. As pedras preferem os lugares mais baixos, perto da terra. E tudo o que evapora sobe, unindo-se ao ar.
Seria estrando se chovesse para cima, se pedras levitassem e se a atmosfera caísse.
Todas essas evidências deveriam nos fazer refletir sobre a natureza humana. Dentre toda a criação somente o homem tem a imagem e semelhança de Deus. Somos uma unidade de corpo e alma, dotados de inteligência não só para reconhecer o Criador, mas para nos unirmos a Ele.
É daí que vem nossa inquietação.
Não somos nós que nos demos a identidade que temos. Se nem uma simples impressão digital, símbolo da identidade, foi criada por nós, o que se dirá de nossa identidade como pessoa? Portanto, descoberta essa identidade, temos que buscar aquilo que nos é semelhante, pois só essa busca e o encontro poderão nos trazer a paz na alma.
O homem anda inquieto porque desconhece que é imagem e semelhança de Deus. E aqueles que tem uma leve noção dessa semelhança não buscam a Deus. Enquanto isso perdurar, valerá o ensinamento de São Francisco de Sales: “Quem não estiver totalmente identificado pode virar-se dum lado e do outro, que não terá descanso”.
Você conhece pessoas incapazes do diálogo, tais que, quando apresentamos alguma opinião diferente da delas elas berram? Almas inquietas.
Você conhece pessoas que ora querem uma coisa, ora querem outra e nunca se fixam em nenhum de seus gostos? Almas inquietas.
Você conhece pessoas incapazes de parar durante o dia para refletir um pouco sobre si mesmas ou fazer uma meditação breve de 15 minutos? Almas inquietas.
Aqueles que fazem a experiência de confiança plena em Deus, como filhos que confiam no Pai, têm a alma quieta, tranquila, sossegada.
Se você se identificou com a inquietação ao ler o texto, não demores: recupere já sua identidade!