“E Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.” – Lc 2, 52. Este é o tripé no qual acreditamos ser o sucesso da educação, algo que só se torna possível quando a Escola, Família e Igreja caminham juntas contribuindo para que o ser humano cresça não apenas em conteúdos ou matérias escolares, mas naquilo que verdadeiramente importa: a plenitude.
Partindo desse princípio, precisamos entender que o homem não foi criado como fim último para este mundo, mas que a vida lhe dada é uma graça a ser vivenciada como uma transição para a vida eterna. Desta forma, a santidade sai da realidade fantasiosa que o mundo tenta nos impor como algo impossível ou criado dentro de uma “bolha” para algo factível e real.
Jesus disse: “Eu sou O caminho, a verdade e a vida”, nesta passagem é claro que o único modo de vivermos essa santidade é através de Jesus, Ele mesmo demonstra que é o próprio caminho. Também vemos em toda a infância de Jesus o como pôr em prática esta formação humana, intelectual e espiritual ao contemplarmos a família de Nazaré.
Constantemente ouço o quão é difícil educar os filhos nos dias de hoje, tal tema é frequente nas conversas entre grupos de amigos e familiares. De tal forma que observamos o quanto as pessoas estão desorientadas sobre qual caminho seguir e como.
O centro da educação é Cristo, Ele é O caminho e único método eficaz de uma educação integral. Leia-se aqui que educação integral não é aquela terceirizada para as escolas ou creches, locais onde muitos deixam seus filhos para serem educados por outras pessoas. Mas o conjunto que engloba a família, a escola e a Igreja em um comum objetivo: a busca pela santidade.
“As crianças são os seres mais sensíveis na humanidade, porque elas vão ao essencial da vida: ao amor, devemos educar no amor, pois só o amor permanece. Ou seja, o amor que é doação de si e para eu me doar, preciso ser dono de mim mesmo” – Dom Antônio Augusto
Não podemos cair no materialismo, como se essa vida fosse o tudo, onde o prazer basta e a comodidade de uma vida confortável seja o fim, não fomos criados para isso. Logo, antes que o questionamento seja “como educar os meus filhos”, deve-se reajustar a bússola que guia aquela família: ou a direção aponta para os prazeres do mundo vinculado a uma satisfação pessoal, ou para a busca pela plenitude do céu que necessita da doação de si, tal qual Jesus que dou sua própria vida por amor.
“A educação é a arte de cultivar, exercitar, desenvolver, fortificar e polir todas as faculdades: físicas, intelectuais, morais e religiosas que constituem nas crianças a natureza e a dignidade humana. Dar a estas faculdades uma perfeita integridade, elevadas a plenitude de sua força e de sua ação e desse modo formar o homem, prepará-lo a bem servir a pátria nos diversos cargos sociais que um dia seja chamado a desempenhar na sua jornada da vida e assim no alto pensamento conquistar a vida eterna enobrecendo a vida presente, eis a obra e o fim da educação” – Livro: Catecismo da Educação, Abade René Bethleém.
Vislumbramos na família de Nazaré a formação a qual Jesus foi submetido, o lugar da educação integral, completa, pois o formou em:
- Estatura: a moralidade e crescimento físico. Nesse contexto a família educa para a moralidade, sobre o como viver tendo o norte Jesus Cristo.
- Sabedoria: crescimento intelectual, mente. Envolve-se aqui o papel da escola.
- Graça: desenvolvimento espiritual, espírito. A igreja com os fundamentos da fé.
Portanto, o ponto de partida para os pais e educadores é buscar a santidade sendo testemunho e exemplo para as crianças fundamentados na vivência de uma fé madura, uma busca constante em conhecer a Verdade através do caminho que é o Cristo Jesus. Mais do que querermos buscar métodos de ensinos para nossas crianças, precisamos ser o exemplo, o testemunho de busca pela santidade estando em constante estado de graça, então é que teremos uma educação integral completa e eficaz, onde o mundo não será o problema, mas a santidade das nossas crianças serão a solução.
Deryanne Bezerra
