Como vimos na postagem anterior, as filosofias marxistas, ao longo dos anos, foram construindo todo um alicerce de teorias e pensamentos relativistas a fim de descontruir os conceitos éticos com que a a moral judaico-cristã construiu a sociedade durante todo o período. Hoje, vamos perceber como esse pensamento foi sendo implantado na mente das pessoas e, principalmente, como isso tudo atinge os nossos filhos diretamente lá na carteira de escola em que ele se senta para estudar.
Muito além dos materiais didáticos, a Revolução cultural marxista vem sendo inserida nas escolas justamente através das mudanças dos valores e objetivos da educação, onde a preocupação está em formar pessoas para alcançar objetivos materiais (profissionais). Hoje, o sonho da maioria das famílias é que seu seja filho bem-sucedido. Mas a que preço? Com anos de investimento marxista nas escolas, penso já ser possível enxergarmos alguns alguns resultados: jovens bem formados tecnicamente, mas sofrendo de depressão, sem religiosidade e buscando entender o motivo da sua existência nesse mundo, e quando não o encontram, buscam o suicídio.
O Relativismo conduz ao esfriamento espiritual e ao indiferentismo, cuja consequência natural é o ateísmo. Tolerar é você respeitar e permitir que a pessoa use da sua liberdade individual para expor seu pensamento, mas ao mesmo tempo cada um tem seu direito de discordar. Hoje em dia, em dia o simples fato de adotar uma posição definida já é considerado intolerância. Temos a chamada de ditadura do relativismo, mencionada pelo Papa Bento XVI na sua catequese em 18/04/2005). Não podemos aceitar tudo, a fé cristã possui valores inegociáveis. A Verdade é o próprio Cristo, que afirma: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” – Jo 14, 6.
É urgente promover uma sólida formação humana nas escolas, um caminho transcendente que ultrapasse os muros da história e que vá além dos limites da matéria para, então, desaguar no coração de Deus e na contemplação da eternidade do céu, como bem ensinado por Santo Agostinho e Santo Tomás. É preciso dar aos jovens a oportunidade de viverem um encontro com Deus fundamentado na razão, mas também no ruah do Espírito Santo. É preciso ajudá-los na busca do bem, formá-los nas virtudes dando-lhes a capacidade de tomar decisões em situações conflitantes de sua vida (âmbito profissional e pessoal) conduzindo-os à maturidade humana.
Nossas escolas precisam ser desgarradas do relativismo, do politicamente correto que desconstrói o certo e o errado. Enquanto Gramsci assume a luta de classes como elemento articulador do processo educativo, nós, católicos, devemos assumir a verdade da nossa fé, demonstrando que nossos valores são irrevogáveis: “E eu me santifico em favor deles, a fim de que também eles sejam santificados na verdade” Jo 17, 19.
Portanto, se queremos resgatar os rumos da história na educação, devemos, sobretudo, amar a Verdade, buscar a Verdade, as virtudes e procurar entender quais são os valores inegociáveis do cristianismo, salvaguardados pela Igreja Católica. Dessa forma, seremos firmes em nossa fé e testemunhas de Cristo para nossos jovens. Como diz Santo Tomás de Aquino: “Para Ele, cada ser humano tem uma essência particular, à espera de ser desenvolvida, e os instrumentos fundamentais para isso são a razão e a prudência; esse era o caminho da felicidade e da conduta eticamente correta”.
Sigamos as palavras de Santo Agostinho: “Só amamos aquilo que conhecemos”.
Deryanne Bezerra
Missionária da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré
Referências:
GOMES, Manoel Messias. A filosofia teológica de Tomás de Aquino e sua importância para o processo educativo. Revista Educação Pública, v. 20, nº 3, 21 de janeiro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/3/a-filosofia-teologica-de-tomas-de-aquino-e-sua-importancia-para-o-processo-educativo
GRACIOSO, Joel. O que é a verdade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2kuPsmcKbmA