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Relativismo nas Escolas – PARTE 1

25 de fevereiro de 2024

Provavelmente você já deve ter se perguntado por que as escolas têm sido alvos frequentes de ideologias ou como se perderam os valores morais ao longo dos últimos anos. Existe uma ideia defendida pela maioria da população segundo a qual toda essa questão da educação se solucionaria com mais investimento por parte do governo, com a valorização de professores ou com a promoção de tecnologias nas escolas e que tudo isso despertaria o interesse dos alunos nos estudos. Será? Será que o dinheiro resolveria o problema de educação do país ou isso é apenas mais uma falácia marxista da qual você mais uma vítima ignorante?

Ignorantes nos tornamos quando partimos na defesa de ideias, de uma visão ou experiência sem aprofundamento real sobre a coisa, sem estudo ou busca pela verdade (a fonte). Antes de desenvolvermos o contexto em que se encontram as escolas nos dias de hoje, é válido trazermos alguns conceitos, afim de compreender o como estamos, ponto de partida, onde podemos chegar e o como chegar. Para isso, precisamos entender o que é: verdade, relativismo, objetivo de Karl Marx.

Verdade, segundo Platão e Aristóteles, é algo universal, necessário e imutável. Alcançando-a, atingimos e conhecemos uma certeza objetiva. Através dela conseguimos exercer um juízo sobre as coisas. Santo Tomás extrai a definição de verdade: “Chama-se verdadeiro aquilo para o qual tende a inteligência”. A verdade é aquilo que toda a inteligência busca.

O relativismo, por outro lado, surge como uma corrente filosófica que defende a ideia de que não existe uma verdade universal, absoluta e necessária, mas uma verdade condicionada a determinada situação, contexto histórico, cultural ou até individual. Ou seja, quem fala, fala a partir de um ponto de vista, de um aspecto e que ninguém teria condição de ter uma compreensão ou visão do todo. Essa é uma tendência contemporânea que visa desconstruir as noções sobre o Bem, a Beleza e a Verdade.

Bem sabemos que o século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e, com ele, a emancipação das ideias de Karl Marx, cujo objetivo era a busca igualitária da burguesia e proletariado. Partindo do princípio que somente a burguesia estava inserida na política, na educação e era detentora das riquezas da época, além do controle da difusão de ideias, Marx observou que essa igualdade não poderia vir através da revolução no âmbito econômico e militar, a não ser que fosse imposta por ditaduras, já bem observado à época ser uma via de fracasso. Portanto, tal luta partiria de teorias, mitos e ideias estratégicas que atingissem o campo moral (família) que sustenta a cultura ocidental. Além disso, seria necessário que o Estado alicerçasse essa revolução moral em 3 pilares: família, Igreja e Escola.

Os mesmos conceitos estão presentes em outros pensadores, como Antonio Gramsci, Hebert Marcuse, Judith Butler (a precursora da ideologia de gênero), Engels etc., que definiam o homem como: “[…] reais, [definidos pela] sua ação e as suas condições materiais de vida, tanto as que encontraram como as que produziram” (MARX; ENGELS, 1984). Ou seja, perde-se o sentido do ser homem e para que ele veio a este mundo, as suas relações são reduzidas apenas ao sentido material do meio e daquilo que produz, o que anula o sentindo transcendente do ser e excluindo por completo o próprio Deus, caracterizado pelos ensinos da Santa Igreja.

 

Deryanne Bezerra
Missionária da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré