Depois de estudarmos os fundamentos da ideologia de gênero na formação ‘A Base filosófica da Ideologia de Gênero’ observamos claramente que os autores que baseiam a ideologia de gênero defendem que as crianças devem ter uma vida sexual ativa, como é o caso de Simone de Beauvoir, Jean Paul Sartre, Shulamith Firestone, Michael Foucault e outros. Além de que para os adeptos deste pensamento, a sexualidade e a identidade pessoal não dependem do sexo biológico. Conforme Judith Butler, o ser humano nasce indefinido (neutro) e por isto, podemos ser o que quisermos.
Judith Butler, que atualmente leciona na faculdade Universidade da Califórnia, em Berkeley, propõe que gênero é performativo, o corpo é apenas uma ideia concebida historicamente. Não existindo homem ou mulher, dentro dos estudos da teoria queer já se compõem mais de 31 identidades de gênero, dentre eles temos o Gênero-Sagitário, aquele que se recusa a ficar perto de gêneros binários (homem e mulher). Não seria este um caso de gênero preconceituoso?
Conforme a ideia desses filósofos marxistas, além de utilizarem instrumentos da linguagem e da filosofia para promoverem a desconstrução do ser humano, atacarem instituições jurídicas e políticas, observaram que a revolução sexual deveria ser ensinada de geração em geração e para tanto, a escola seria o ambiente ideal para que a revolução dê certo, pois é necessário formar o ser humano desde a mais tênue idade.
Desta forma, mostro a seguir cronologicamente, baseado no livro ‘Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade’ as inúmeras tentativas de implantar a ideologia de gênero no sistema educacional brasileiro:
- 1997: pela primeira vez nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mencionavam as questões de orientação sexual com 18 referências a gênero.
- 1997-2005: Expansão dos departamentos de gênero nas universidades brasileiras bem como da organização de ONG’s pró-gênero.
- 2005: Instituição do Prêmio Construindo a Igualdade de gênero, com o objetivo de premiar redações dos estudantes de ensino médio, artigos científicos, etc. sobre a temática. Em 2009, na 5ª edição com a inclusão da categoria Escola promotora da Igualdade de Gênero, passa a premiar projetos pedagógicos e ações dentro da temática para escolas públicas e privadas, com investimentos que ultrapassam 500 mil reais.
- 2007: O Governo Federal investiu em materiais didáticos produzindo o volume dos Cadernos Secad: Gênero e Diversidade Sexual na Escola. No mesmo ano, também foi publicado o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos inserindo o gênero na Educação Básica a partir do currículo escolar.
- 2010: Conferência Nacional de Educação deliberando o seguinte: 1) Introdução e garantia da discussão de gênero e diversidade sexual na política de valorização e formação de profissionais de educação; 2) Construção de uma proposta pedagógica sobre gênero e diversidade sexual para nortear o trabalgo da rede escolar de ensino; 3) Criação de grupos de trabalho dentro dos órgãos gestores de educação para propor e avaliar políticas educacionais para gênero e diversidade sexual.
- 2015 e 2017: Vinda de Judith Butler ao Brasil no Sesc – São Paulo palestrando sobre a Teoria Queer e discussão no seminário sobre Os Fins da Democracia, respectivamente.
- 2020: Tentativa de aprovação da ADI 5668 formulado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade, na qual pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê interpretação conforme a Constituição Federal ao Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei 13.005/2014) para reconhecer o dever constitucional das escolas públicas e particulares de “prevenir e coibir” o bullying homofóbico, consistente em discriminações por gênero, identidade de gênero e orientação sexual, bem como de respeitar a identidade de crianças e adolescentes LGBT no ambiente escolar. Ou seja, uma tentativa de obrigar as escolas a ensinar gênero e liberdade sexual sob o pretexto de preconceito.
- 2022 a 2024: Senado Federal aprovou o projeto de lei (PL) n° 235/2019, que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE). O SNE ou “SUS da Educação” tem como objetivo regular a colaboração entre União, estados e municípios na gestão. Em outras palavras, é o mecanismo que deve impedir qualquer ação de combate às ideologias esquerdistas em sala de aula. O modelo de SNE dá poder de decisão aos sindicatos e ainda obriga União, estados e municípios a executarem as medidas.
Em resumo, as investidas para obrigar as escolas públicas e particulares a incluírem dentro de seus currículos o ensino de “orientação sexual” e “identidade de gênero” tem se tornado cada vez mais próximo. Apesar do combate incessante em não permitir a aprovação de tais leis, ADI’s e/ou a inclusão de materiais didáticos com apologia a erotização da criança, devo salientar que a mudança cultural referente ao ensino destas ideologias por parte dos profissionais de educação dentro das escolas, tem conquistado cada vez mais espaço. Torna-se notável quando vemos em determinadas escolas que não existe mais dia das mães ou dia dos pais, mas o dia da família (conceito este formado de princípio ideológico, na qual a família pode ser qualquer coisa), ou quanto ao ensino da linguagem neutra com a justificativa de um ‘respeito a diversidade’ e apresentação de teatros infantis promovidos pelo movimento LGBTQQICAAPF2K+ ensinando sobre sexualidade dentro da educação básica.
Como pais e educadores precisamos estar atentos ao que é ensinado nas escolas, pois é responsabilidade primeira dos pais a educação de seus filhos. A formação do ser humano na sua integralidade é ensinada dentro da família com apoio da escola e da Igreja, nesta trilogia sim, teremos pessoas cultas, capazes de estabelecer conceitos, definir o certo e o errado e principalmente, sendo seres humanos constituídos por uma fé firme e esclarecida. Neste âmbito, as escolas verdadeiramente católicas, são hoje uma esperança para nossos tempos.
Deryanne Bezerra
Missionária da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré
Referências:
Histórico da Teoria de Gênero: https://www.youtube.com/watch?v=Aos5g2hHI-s
“Como está a pedagogia das escolas no Brasil” https://www.youtube.com/watch?v=HB7o6cspJe0
“Os pais precisam se preocupar com as ideologias nas escolas?” https://www.youtube.com/watch?v=w9ef5jkdkUM
Programa Face Oculta, Brasil Paralelo. https://plataforma.brasilparalelo.com.br/playlists/face-oculta/media/6521de968f06ba00270cbc93?sharer-id=61bb43689f70ca002c0b0432&share-medium=whatsapp&item-id=6521de968f06ba00270cbc93
Livro: Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade. / Felipe Nery; José Eduardo de Oliveira e Silva; Domenico Sturiale; Alexandre Semedo de Oliveira; Daniel Serpentino; Liliana Bittencourt; Fernanda Takitani; Juan Claudio Sanahuja; Barbara Dale O’Leary – São Paulo, SP: Katechesis, 2015.
Notícias: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/prestes-a-ser-aprovado-sus-da-educacao-da-poder-a-sindicatos-e-impede-combate-a-ideologia/