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Ideologia de Gênero nas Escolas

17 de abril de 2024

Depois de estudarmos os fundamentos da ideologia de gênero na formação ‘A Base filosófica da Ideologia de Gênero’ observamos claramente que os autores que baseiam a ideologia de gênero defendem que as crianças devem ter uma vida sexual ativa, como é o caso de Simone de Beauvoir, Jean Paul Sartre, Shulamith Firestone, Michael Foucault e outros. Além de que para os adeptos deste pensamento, a sexualidade e a identidade pessoal não dependem do sexo biológico. Conforme Judith Butler, o ser humano nasce indefinido (neutro) e por isto, podemos ser o que quisermos.

Judith Butler, que atualmente leciona na faculdade Universidade da Califórnia, em Berkeley, propõe que gênero é performativo, o corpo é apenas uma ideia concebida historicamente. Não existindo homem ou mulher, dentro dos estudos da teoria queer já se compõem mais de 31 identidades de gênero, dentre eles temos o Gênero-Sagitário, aquele que se recusa a ficar perto de gêneros binários (homem e mulher). Não seria este um caso de gênero preconceituoso?

Conforme a ideia desses filósofos marxistas, além de utilizarem instrumentos da linguagem e da filosofia para promoverem a desconstrução do ser humano, atacarem instituições jurídicas e políticas, observaram que a revolução sexual deveria ser ensinada de geração em geração e para tanto, a escola seria o ambiente ideal para que a revolução dê certo, pois é necessário formar o ser humano desde a mais tênue idade.

Desta forma, mostro a seguir cronologicamente, baseado no livro ‘Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade’ as inúmeras tentativas de implantar a ideologia de gênero no sistema educacional brasileiro:

  • 1997: pela primeira vez nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mencionavam as questões de orientação sexual com 18 referências a gênero.
  • 1997-2005: Expansão dos departamentos de gênero nas universidades brasileiras bem como da organização de ONG’s pró-gênero.
  • 2005: Instituição do Prêmio Construindo a Igualdade de gênero, com o objetivo de premiar redações dos estudantes de ensino médio, artigos científicos, etc. sobre a temática. Em 2009, na 5ª edição com a inclusão da categoria Escola promotora da Igualdade de Gênero, passa a premiar projetos pedagógicos e ações dentro da temática para escolas públicas e privadas, com investimentos que ultrapassam 500 mil reais.
  • 2007: O Governo Federal investiu em materiais didáticos produzindo o volume dos Cadernos Secad: Gênero e Diversidade Sexual na Escola. No mesmo ano, também foi publicado o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos inserindo o gênero na Educação Básica a partir do currículo escolar.
  • 2010: Conferência Nacional de Educação deliberando o seguinte: 1) Introdução e garantia da discussão de gênero e diversidade sexual na política de valorização e formação de profissionais de educação; 2) Construção de uma proposta pedagógica sobre gênero e diversidade sexual para nortear o trabalgo da rede escolar de ensino; 3) Criação de grupos de trabalho dentro dos órgãos gestores de educação para propor e avaliar políticas educacionais para gênero e diversidade sexual.
  • 2015 e 2017: Vinda de Judith Butler ao Brasil no Sesc – São Paulo palestrando sobre a Teoria Queer e discussão no seminário sobre Os Fins da Democracia, respectivamente.
  • 2020: Tentativa de aprovação da ADI 5668 formulado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade, na qual pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê interpretação conforme a Constituição Federal ao Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei 13.005/2014) para reconhecer o dever constitucional das escolas públicas e particulares de “prevenir e coibir” o bullying homofóbico, consistente em discriminações por gênero, identidade de gênero e orientação sexual, bem como de respeitar a identidade de crianças e adolescentes LGBT no ambiente escolar. Ou seja, uma tentativa de obrigar as escolas a ensinar gênero e liberdade sexual sob o pretexto de preconceito.
  • 2022 a 2024: Senado Federal aprovou o projeto de lei (PL) n° 235/2019, que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE). O SNE ou “SUS da Educação” tem como objetivo regular a colaboração entre União, estados e municípios na gestão. Em outras palavras, é o mecanismo que deve impedir qualquer ação de combate às ideologias esquerdistas em sala de aula. O modelo de SNE dá poder de decisão aos sindicatos e ainda obriga União, estados e municípios a executarem as medidas.

Em resumo, as investidas para obrigar as escolas públicas e particulares a incluírem dentro de seus currículos o ensino de “orientação sexual” e “identidade de gênero” tem se tornado cada vez mais próximo. Apesar do combate incessante em não permitir a aprovação de tais leis, ADI’s e/ou a inclusão de materiais didáticos com apologia a erotização da criança, devo salientar que a mudança cultural referente ao ensino destas ideologias por parte dos profissionais de educação dentro das escolas, tem conquistado cada vez mais espaço. Torna-se notável quando vemos em determinadas escolas que não existe mais dia das mães ou dia dos pais, mas o dia da família (conceito este formado de princípio ideológico, na qual a família pode ser qualquer coisa), ou quanto ao ensino da linguagem neutra com a justificativa de um ‘respeito a diversidade’ e apresentação de teatros infantis promovidos pelo movimento LGBTQQICAAPF2K+ ensinando sobre sexualidade dentro da educação básica.

Como pais e educadores precisamos estar atentos ao que é ensinado nas escolas, pois é responsabilidade primeira dos pais a educação de seus filhos. A formação do ser humano na sua integralidade é ensinada dentro da família com apoio da escola e da Igreja, nesta trilogia sim, teremos pessoas cultas, capazes de estabelecer conceitos, definir o certo e o errado e principalmente, sendo seres humanos constituídos por uma fé firme e esclarecida. Neste âmbito, as escolas verdadeiramente católicas, são hoje uma esperança para nossos tempos.

 

Deryanne Bezerra
Missionária da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré

 

 

 

 

Referências:

Histórico da Teoria de Gênero: https://www.youtube.com/watch?v=Aos5g2hHI-s

https://www.brasilparalelo.com.br/noticias/ideologia-de-genero-nas-escolas-instituicoes-brasileiras-e-de-outros-paises-ja-ensinam-teoria-de-genero-para-criancas-e-adolescentes

“Como está a pedagogia das escolas no Brasil” https://www.youtube.com/watch?v=HB7o6cspJe0

“Os pais precisam se preocupar com as ideologias nas escolas?” https://www.youtube.com/watch?v=w9ef5jkdkUM

Programa Face Oculta, Brasil Paralelo. https://plataforma.brasilparalelo.com.br/playlists/face-oculta/media/6521de968f06ba00270cbc93?sharer-id=61bb43689f70ca002c0b0432&share-medium=whatsapp&item-id=6521de968f06ba00270cbc93

Livro: Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade. / Felipe Nery; José Eduardo de Oliveira e Silva; Domenico Sturiale; Alexandre Semedo de Oliveira; Daniel Serpentino; Liliana Bittencourt; Fernanda Takitani; Juan Claudio Sanahuja; Barbara Dale O’Leary – São Paulo, SP: Katechesis, 2015.

Notícias: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/prestes-a-ser-aprovado-sus-da-educacao-da-poder-a-sindicatos-e-impede-combate-a-ideologia/