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Diploma ou sabedoria?

7 de julho de 2024

A valorização do currículo com o objetivo principal de crescimento profissional ocasionou a supervalorização de muitos títulos e deixou de lado o que deveria ser o foco dos estudos, a sabedoria. Dom Gil Moreira, natural de Itapecerica-MG e atual Arcebispo de Juiz de Fora/MG, concedeu entrevista a Eduardo Rivelly, Fundador da Missão Maria de Nazaré, e tratou sobre este tema.

O texto a seguir é uma versão revisada da transcrição do vídeo “Diploma ou Sabedoria”, disponível aqui. Neste vídeo, além de discutir sobre a problemática de uma educação focada no diploma, Dom Gil Moreira também disse qual é o tipo de educação ideal para a formação da pessoa em sua integralidade.

Observa-se que uma das grandes mudanças ao longo do tempo é a transição do foco da busca pela sabedoria para a busca pelo diploma. Antigamente, as pessoas procuravam adquirir conhecimento e sabedoria. Hoje em dia, muitas vezes, o objetivo principal parece ser obter um diploma para garantir emprego e renda. Essa mudança de perspectiva tem contribuído para uma decadência na qualidade da educação.

Atualmente, muitos estudantes não estão preocupados em se tornar mais sábios ou em ampliar seu conhecimento. O que mais importa é conseguir um diploma para ingressar no mercado de trabalho. Essa mentalidade pode resultar em uma formação acadêmica superficial, deixando de lado aspectos fundamentais como o desenvolvimento integral da pessoa.

Dom Gil Moreira relatou que sua experiência na Europa, especificamente em Roma, onde passou três anos estudando história da Igreja, o fez perceber as diferenças marcantes entre o sistema educacional brasileiro e o europeu. No Brasil, muitas vezes o ensino é mais voltado para a obtenção de diplomas do que para a formação profunda e abrangente dos indivíduos, o que pode colocar em risco a vida das pessoas, quando, por exemplo, se tem um médico ou um engenheiro civil mal formados.

A Igreja Católica, por sua vez, está preocupada com a educação integral, a ideal, não se limitando apenas ao aspecto intelectual, mas também abrangendo a formação humana, social e espiritual. Essa abordagem não só prepara melhor os indivíduos para o mercado de trabalho, mas também os torna mais aptos a contribuir de maneira significativa para a sociedade.

Além disso, é importante considerar a dimensão espiritual. As instituições educacionais devem proporcionar uma compreensão da espiritualidade e dos valores cristãos, se baseando em Cristo como O modelo a ser seguido, pois, Ele é a maior expressão de humanismo e de caridade.

Portanto, é crucial que as instituições educacionais não apenas ensinem conteúdos acadêmicos, mas também promovam valores como ética, saúde, virtudes e compreensão espiritual. A educação deve visar não apenas o sucesso profissional, mas também o crescimento pessoal e a realização integral dos alunos em todas as áreas de suas vidas.

Transcrito por Luciana Belfort.